Quase toda empresa quando está em processo de consolidação, isto é, lá pelo terceiro ou quarto ano de resultados consistentes pode viver um ano fora da curva. E esse ano fora da curva pode ser para cima ou para baixo. Torço para que seja sempre para cima, mas nem sempre é assim.
O ano fora da curva pode ser impactante e desastroso mesmo quando ele for extremamente positivo. Explico com uma analogia. Umas das coisas curiosas que o mundo das competições futebolísticas nos apresenta é a imprevisibilidade do que pode acontecer num ano competitivo. Não são poucas as vezes que a surpresa se faz presente, acho que é por isso que usam com tanta frequência a expressão “o futebol é uma caixinha de surpresas”. Das expressões cotidianas da crônica futebolística aquela que eu mais gosto é “o time não sabe porque ganhou”. Sob um aspecto nada sútil essa expressão traz um ensinamento gigantesco para o mundo dos negócios. Vou por esse caminho nesse artigo, até porque já se fala em demasia sobre o assunto futebol nesse país.
Quando sabemos realmente, de verdade porque conquistamos alguma coisa em nossa empresa? Não é quando fechamos o pedido ou o contrato. Tampouco quando contratamos mais pessoas ou compramos um equipamento novo. Também não é quando precisamos ampliar algum espaço, aumentar área física ou até construir um prédio. Seriam muitos os exemplos onde é possível verificar que nenhuma conquista revela o seu próprio motivo. Pode até ter um significado de luta, trabalho árduo, paciência, persistência e uma série de outras explicações, mas ainda fica faltando aquela certeza que esclarece um ponto importante, ou talvez o mais importante entre todos que é: o que eu devo fazer para repetir essa vitória? E agora, ficou mais fácil entender porque é apenas com o motivo real, verdadeiro que teremos o significado do impacto da conquista nos próximos eventos da empresa.
O ano fora da curva está no centro desse significado. E é por isso que a única forma de explicar com consistência um resultado é a previsibilidade dessa ocorrência. No mundo dos negócios as vitórias ou até as derrotas são mais previsíveis do que nos campos de futebol. No ambiente dos negócios temos ferramentas (que podem ser usadas no esporte) que apontam os caminhos que nos levam as conquistas possíveis, e mostram como fazer e como repetir isso. No círculo restrito das definições empresariais temos uma ampla gama de ferramentas estratégicas e de planejamento que nos direcionam para sempre obter o melhor resultado, que nos impulsionam para melhorar a técnica aplicada, que nos propiciam testar e aplicar o conhecimento, que nos facilitam gerar repetições de acertos e nos possibilitam a reduzir ou não repetir erros praticados. No ambiente empresarial a gestão faz toda a diferença nos resultados. Nos clubes também é assim, mas lá temos os interesses, as vaidades, os ciúmes e até as paixões... será que isso acontece na sua empresa também?
Uma empresa não é a soma de individualidades habilidosas que as vezes tem na vitória um objetivo em comum. Uma empresa é a soma de habilidades individuais que sempre tem em comum um único objetivo: vencer. Com essa configuração de conjunto, time ou equipe em mente é possível entender como um ano fora da curva pode significar o caminho construído para repetição desse cenário ou para extrair dele as lições que farão com que isso nunca mais ocorra. Vencer sempre é o único objetivo.
Sorte, sucesso e conte comigo!