segunda-feira, 16 de julho de 2018

Empresa familiar: crianças, adolescentes e adultos

O assunto sucessão numa empresa familiar deve ser pensado bem cedo no âmbito da continuidade dos negócios. E aqui nós temos diversas possibilidades a tratar: 
  1. crianças pequenas que não participaram do início do negócio; 
  2. adolescentes que atingirão a fase adulta com o negócio em maturação; 
  3. adultos que participaram do início do empreendimento.
Situação '1' as crianças irão atingir a fase adulta da vida com o negócio totalmente consolidado, a pergunta é: o que fazer e como proceder para prepará-los para o empreendimento? Essa questão deve ser trabalhada ao longo do tempo, com a observação dos interesses que a criança demonstra. É um erro conduzir o caminho da criança para um único ponto. Esse pode ser o destino, mas não uma obrigação. A observação das aptidões da criança trará os subsídios necessários para saber se a vinculação com o negócio familiar será exitosa para o todo envolvido. Nessa situação o tempo age a favor da melhor definição, pois os caminhos poderão ser facilmente analisados sem pressão.
Situação '2' adolescentes que atingirão a fase adulta com o negócio em consolidação, a pergunta é: o que fazer e como proceder para integrá-los ao empreendimento? Diferente da criança que não vivenciou o empenho da família na construção do negócio o adolescente presenciou isso e viveu essa construção sob o seu próprio ponto de vista. Esse ponto de vista particular está combinado ao quanto ele próprio foi posto à prova com privações ou facilidades materiais, com diminuição, manutenção ou acréscimo da atenção e carinho da família às suas necessidades. É sabido que as reações dos adolescentes são vinculadas ao seu próprio acúmulo de emoções que constantes e variáveis até sob o mesmo assunto.
No caso de adolescentes a vinculação com o empreendimento já é uma realidade, resta saber se é positiva ou negativa. E a resposta para essa dúvida pode ser apresentada de diversas formas, mas quando a vinculação é positiva e verdadeira a própria condução das ações do adolescente será encaminhada para a preparação necessária para os desafios que virão. Já quando a vinculação for positiva e falsa ou simplesmente negativa, também é possível antever nas ações do adolescente o desinteresse ou a dificuldade em criar vínculos fora da subsistência com o empreendimento familiar.

Situação '3' sucessores adultos que participaram desde a origem do empreendimento familiar até sua consolidação, a pergunta é: como fazer, como escolher e quando abrir o processo de sucessão? De certa forma essa questão abrange todas as situações, pois em algum momento as crianças ou adolescentes também estarão nesse ponto. Mas tratarei desta situação na próxima postagem.