terça-feira, 18 de setembro de 2018

E o ben(mal)dito benchmarking você aplica na sua empresa?

Comparar-se com os concorrentes e medir as diferenças em diversos pontos é a essência do benchmarking, mas qualquer coisa além de comparação com o benchmark do ramo é uma péssima ideia. Para quem não sabe benchmark significa referência de marca. Esse termo é usado no ambiente empresarial para definir qual seria o empreendimento que representaria a melhor forma de fazer aquele tipo de negócio, produto ou serviço. E, sendo o melhor do seu segmento, seria o formato a ser estudado, reproduzido ou até copiado.
Eu vejo como positivo você olhar para o melhor do seu ramo de negócio e medir as diferenças que existem entre ambos. Mas que fique bem claro que isso é muito, muito subjetivo. E o problema da comparação é justamente acertar na formulação do percentual de subjetividade que será aplicada. Se errar na dose é certo que toda a comparação será desperdiçada.
Caso prático. Participei por seis meses de uma empresa do ramo alimentício que aplicava um teste de benchmarking em cada reunião com sua equipe comercial. Sempre pontuando o que as outras empresas tinham de melhor que a sua própria empresa em estrutura, capacidade fabril, finanças, logística, variedade de produtos, enfim uma série de índices em que eram inferiores ou no máximo iguais. Com essa linha de comunicação eles reforçavam nos seus vendedores que eles deveriam ofertar mais coisas para ‘roubar’ o cliente dos opositores.
O que se deve esperar quando você se autoanalisa como no caso acima. Problemas. Muitos, muitos problemas. E era o que existia naquela operação. Uma infinidade de problemas de toda ordem. E a responsabilidade para os problemas era de quem? Dos vendedores. Por quê? Porque vendiam com muitos descontos, bonificações e com falhas no cadastro que ocasionava inadimplência bem acentuada. Esse é o perfeito exemplo do risco que é não entender o benchmarking e aplicá-lo de forma errônea.
Não é fácil entender a sua própria empresa. Tampouco é simples compreender o seu ramo de negócio. Mas pode ser muito arriscado querer se comparar com desiguais apenas por inferências, percepção ou achismo. Toda e qualquer comparação deve ser feita com base em dados concretos senão é melhor não o fazer. E, por último, sabe qual o item mais importante e talvez o único que deva ser comparado em qualquer benchmarking? Pessoas! As pessoas são as únicas diferenças reais que existem entre as empresas.
Boa sorte, sucesso! E conte comigo para ajudá-lo nas comparações, análises e outras coisas.