quarta-feira, 17 de abril de 2024

Considerações finais

Olá, bom todo dia!


Essas são as considerações finais sobre a série de textos que iniciei com “Uma experiência de quase fim”.

As frases destacadas surgiram como parte de algum texto, ou como um insight importante, ou em alguma conversa.

Desenvolvi o que acredito ser importante para usar num contexto complementar aquilo que escrevi.

Sempre com o propósito de que o conhecimento e a cultura ampliam bastante o potencial que ressurge.

Usei um pouco da técnica conhecida como maiêutica, pois ela contribui para que aflorem os insights na medida que extraímos conhecimento através de perguntas. 







Não dá para resolver o problema antes de entender o assunto.

Isso parece bem básico, pois é lógico. Mas não é bem assim que funciona na prática. A maior parte dos empresários despreza esse conceito e avança por caminhos complicados sem ter o mínimo conhecimento do que precisará decidir. Vou citar apenas um exemplo: a escolha de um sistema de informática para gestão dos negócios.


Ninguém vê além de uma escolha que não compreende.

Essa é a explicação para o insucesso na seleção de uma pessoa, na escolha de um sistema de informações (ERP, aplicativos, etc.) e, também, para tantas outras escolhas. É um padrão de conduta. Tomar uma decisão ou fazer uma opção deve ser o fruto obtido em um processo de análise onde estão previstos os possíveis riscos incorridos. Não levar isso em conta é criar um problema para o futuro.


Você entender o que não sabe é o começo do conhecimento.

Esse é outro ponto muito simples, pois também é lógico. Assim que eu defino o que eu não entendo passo a ter uma informação importante para saber o que preciso aprender. Mas se é lógico deveria ser autoaplicável, certo? Errado. A autoavaliação sobre a própria capacidade é a última coisa que passará na cabeça de um gestor ineficiente. Ele avaliará tudo e todos pela própria régua do conhecimento limitado e não permitirá que seja adicionado conhecimento verdadeiro no empreendimento que está sob sua responsabilidade.


A inteligência apresenta os melhores resultados na medida em que o tempo avança.

A aquisição constante de conhecimento vai estruturando o caminho e, conforme as situações ou os problemas vão aumentando em número ou em complexidade, cria um ambiente seguro para que as decisões sejam mais eficazes. Esse ambiente tende a expandir a cultura do conhecimento por todo o empreendimento, possibilitando que seja aperfeiçoado um mecanismo de eficiência em processos e métodos, o que tornará perene a aquisição de conhecimento e sua transformação em inteligência aplicada no dia a dia.


O momento espiritual e a ligação com à própria descoberta.

Todo aquele que acreditar na providência divina deve também trabalhar pela providência divina. Não deixe que a esperança amarre suas mãos e desvie o foco do que precisa ser feito diariamente. As benção obtidas não são apenas fruto da gratidão, elas são originadas no equilíbrio permanente entre dedicação, persistência e confiança. A tênue linha que conecta esperança com confiança é a certeza de estar preparado para identificar a diferença entre uma e outra. Os caminhos escolhidos são sempre abrangidos por uma questão espiritual ou energética com importância relevante e significativa que estarão inseridos ou vinculados diretamente a ampliação da própria capacidade de fazer escolhas objetivas.


Vontade acima da inteligência é apenas o movimento da paixão.

Dentre as escolhas objetivas perseguir a própria vontade é o que demonstra a menor constância de acerto. A vontade por si só não representa à escolha correta, ela reflete mais a paixão que expressamos pelo assunto do que o próprio conhecimento efetivo sobre isso. Permaneça em estado de alerta com as manifestações passionais da vontade, pois elas determinarão o quanto de risco será assumido para atendê-la em busca do capricho de estar certo.


A vida é uma só e não é fácil desatar os nós.

As ligações e conexões que criamos durante a vida fazem parte do processo de aprendizado que envolve união, liberação e aceitação de tudo aquilo que precisamos desenvolver a cada ciclo. Cada personagem que criamos em nosso contexto mais próximo tem o objetivo principal de criar um alerta para o que precisamos aprender e desenvolver, e todos tem por objetivo secundário criar uma dificuldade para que isso aconteça. Não será simples identificar isso, mas será de extrema importância deixar isso passar por si só.


Dedicar muito tempo buscando explicação para o que não tem é uma missão infrutífera.

Aceite isso e de o próximo passo. Não evolua. Aprenda a identificar em si mesmo o que não está acontecendo e mude isso dentro do processo. É importante entender e acreditar que a resposta para as perguntas que explodem incansavelmente em seus pensamentos são apenas as opções que você mesmo cria. Para resolver o mistério da própria missão é necessário adotar uma forma de participar que não seja ativa ou decisiva. O resultado estará obscurecido no tempo de indefinição e não no tempo de ação e, por isso, a evolução não resolverá nada. Evoluir é o processo de ir matando lentamente algo que deve ser descartado totalmente ao final do processo, e esse conceito não combina com buscar explicação. A explicação irá retardar o processo de evolução.


Quebrar uma empresa é diferente de deixar uma empresa quebrar.

Existe uma diferença importante entre uma situação e outra. Na situação em que se deixa a empresa quebrar é possível aprender a lição; amadurecer com o erro; melhorar as próprias condições e voltar ao jogo. Na situação em que se quebra a empresa é certo que será feita a mesma coisa na próxima oportunidade! Não se confunda e não confunda os cenários. Um caso é experiência adquirida e erro amador, não intencional. Outro caso é experiência aplicada e erro profissional, intencional.


Para aprender é preciso praticar.

É difícil, é complicado, precisa de tempo, precisa ser persistente e precisa praticar, praticar muito para mudar o ‘estilo de gestão’. Quando digo ‘estilo de gestão’ me refiro ao hábito de tomar decisões sem informações. Uma anotação num pedaço de papel, ou um relatório incompleto, ou uma lembrança sujeita a boa memória não ajudam a decidir corretamente. Somente com o aprendizado aplicado na prática diária da leitura, observação e manuseio de informações de qualidade, com regularidade e confiabilidade é que mudamos o ‘estilo de gestão’ e melhoramos o futuro possível.


Vence quem resiste mais que a própria vontade.

Em uma competição, normalmente, vence quem está melhor preparado porque apresentará uma maior resistência condicionada. Essa condição é obtida com dedicação, empenho e comprometimento. É o sacrifício exigido pois a vitória cobra esse preço em todos os momentos. Resistir e aumentar a dedicação. Resistir e adicionar mais empenho. Resistir e aprimorar o comprometimento. Resistir porque nem sempre será possível saber quem ou o que é o adversário e o quanto ele estará preparado.


É preciso ser a pessoa que entende o que está acontecendo.

Essa frase eu ouvi e não faz muito tempo, mas caiu com muita precisão naquilo que aprendi durante a transformação oportunizada pela minha abertura ao máximo de conhecimento possível. Acho que nessa frase está contida toda a essência de ser uma pessoa melhor a cada dia que passa; também está ligada com essa frase a condição de ser melhor profissional. Em qualquer situação da vida quem entende o que está acontecendo está, no mínimo, um passo à frente dos demais. E estar um passo à frente dos demais pode significar estar vivo ao final do dia, da semana, do mês, do ano...


Espero que você que acompanhou essa série de conversas íntimas tenha usufruído tanto quanto eu!


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*** Publicado em 2020 na época da pandemia ***


A ressureição do empreendedor

Olá. Bom todo dia!


A missão nunca termina: Entregue os anéis para salvar os dedos!


A empresa não renasce. 

Empresas são abertas ou encerradas todos os dias. 

As coisas são assim. 

O empreendedor não depende de uma empresa. 

O empreendedor depende da própria vontade e de condições de empreender. 

A ressureição do empreendedor é possível com a criação ou a manutenção das condições de empreender.



A sensação de começar algo do zero é única. 

Aquela ideia que nasce e toma forma até parece magia, mas não é. 

Aliás de mágico não tem é nada! 

O esforço para empreender é imenso e vem acompanhado com muitas dúvidas e dificuldades. 

É um processo solitário e individual mesmo quando se tem sócio ou sócios no empreendimento. 

Para dar vida ao que está sendo criado será uma experiência com uma expectativa diferente para cada pessoa envolvida. 

Na criação de um empreendimento não existe nada coletivo. O coletivo surge aos poucos, com a intimidade que a proximidade proporciona. 

Aos poucos, um passo por vez, vamos perdendo a insegurança e com isso o empreendimento ganha sua identidade.



Grande parte dos negócios empreendidos são totalmente amadores. 
Apenas uma pequena parte das empresas não nasce com essa síndrome. 
O curioso é que essa pequena parte, essa parcela mínima das empresas que começam organizadas, começam com formato profissional e tendem a adotar o amadorismo assim que os bons ventos do crescimento inflam a vela do faturamento. 

Perceba que o formato é muito simples, básico como segue:

1) O empreendedor domina a ideia do negócio e inicia os procedimentos para abrir uma empresa;

2) A alegria e a disposição são imensas, mas rapidamente começam a lidar com à pesada burocracia;

3) A alegria perde força, pois é necessário organizar a empresa;

4) A disposição muda o foco para à reclamação contra a burocracia.


A burocracia é o maior sacrifício para qualquer empreendedor!

A burocracia é o maior sacrifício para qualquer empreendedor! 
Primeiro a reclamação é sobre as dificuldades para abrir a empresa. Concordo. Não é fácil. Para alguns tipos de negócios é bem complicado e com muitas exigências, mas no geral é simples. Este é o começo da jornada e também é o que apontará se o empresário vai ser capaz do sacrífico ou não. Poucos são capazes desse sacrifício. Poucos. A maioria desiste ou quebra.

A burocracia é o maior sacrifício para qualquer empreendedor! 
A mesma burocracia que salva qualquer empresa da falência e propícia que alguns empreendimentos atinjam patamares nunca sonhados por seus empreendedores, é alvo de críticas diárias para os negócios que estão destinados ao fracasso. A confusão entre burocracia e organização das coisas da empresa é algo que sempre me preocupou e, por isso, resolvi escrever sobre como a ressureição do empreendedor está centrada em aliar-se a burocracia porque tudo está conectado. E essa conexão é como um ciclo e, como todo ciclo, nunca termina.

A burocracia é o maior sacrifício para qualquer empreendedor! 
Fazer esse sacrifício é o que determina a chance de êxito do empreendimento. A burocracia tem algumas definições pejorativas ligadas aos entraves apresentados pelo serviço público, mas a definição que eu aprecio e entendo ser a ideal é a seguinte: “tipo de estrutura organizada que se compõe a partir de regras e procedimentos preestabelecidos”.


O empreendedor que não entender como é prioritário manter tudo organizado, com regras e procedimentos preestabelecidos, tentará diversas vezes e assassinará diversa empresas. 
Não tenho dúvidas disso, pois vi isso acontecer inúmeras vezes levando anéis e dedos...


A ressurreição do empreendedor é, antes de mais nada, um sacrifico pessoal envolto em mistério e sombra. 
As condições perfeitas para empreender dificilmente estão presentes, e a situação piora bastante depois do “assassinato da própria empresa”. 
As diversas limitações nas condições de empreender funcionam em sentido duplo no ânimo de quem confia nas suas ideias e ideais, em alguns momentos causam prostração e em outros incentivam ainda mais na luta diária. 
Faz parte. É assim mesmo. E fica mais fácil se você encontrou luz e saiu dos dias de escuridão.


A ressurreição pode se dar no primeiro empreendimento tardio. 
Aquela ideia que ficou armazenada por anos, foi esquecida, estava desacreditada e ressurge. Normalmente essa ressurreição do empreendedor está ligada a expansão do conhecimento.

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*** Publicado em 2020 na época da pandemia ***



Os dias de escuridão

Olá. Bom todo dia!

A missão continua: Entregue os anéis para salvar os dedos!

Os dias de escuridão fazem parte do processo de aniquilar com o próprio futuro. Eles iniciam no resplandecer da ideia empreendedora, estarão presentes no nascimento da empresa e acompanharão o dia a dia do negócio. Os dias de escuridão não causam e tampouco sucedem ao assassinato da própria empresa, mas quanto mais curta for a duração dos dias de escuridão maiores serão as chances de salvar os próprios dedos...

O que é preciso compreender sobre os dias de escuridão é que essa é uma visão crítica sob o ponto de vista da falta de ampliação do conhecimento. Eu divido o conhecimento necessário em 3 tipos essenciais:
  • conhecimento de si próprio;
  • conhecimento dos procedimentos de uma empresa;
  • conhecimento do que não é controlável.



A escuridão só sairá da sua porta quando os caminhos do conhecimento forem acessados e desbravados, pois desta forma será possível avançar na descoberta do conteúdo existente em qualquer uma das áreas. E mesmo não sendo obrigatório acessar todos os caminhos é aconselhável fazê-lo porque com isso elimina-se à sensação de que está faltando algo para oferecer equilíbrio, serenidade e, porque não, paz.

O caminho do conhecimento de si próprio é a chance para ajustar atitudes comportamentais; é a hora de desenvolver aquilo que se acredita verdadeiro; é o momento para encontrar e melhorar suas habilidades natas; é a oportunidade para adquirir capacitação ao novo mundo que se aproxima. O caminho do conhecimento dos procedimentos de uma empresa é o que tornará o êxito possível; é o que eliminará o improviso; é o que possibilitará fazer planos futuros; é o que viabilizará as decisões fáceis ou as difíceis. O caminho do conhecimento do que não é controlável é o momento de confrontar seus próprios limites; é a ocasião para entender o que realmente é importante; é o que fornece condições para liderar pessoas.

No meu caso faltou eu ter o que fazer no domingo à tardinha. Depois da famosa e apreciada soneca para aquele providencial descanso do churrasco familiar, eu sentava no sofá e simplesmente deixava o tempo passar assistindo televisão. Eu relativizei a minha própria cultura e paguei um alto preço, muito alto.

Em alguns momentos de angústia o espelho refletia uma imagem opaca e vazia. Uma imagem completamente opaca e totalmente vazia. Opaca por eu não saber o que significava o reflexo que eu olhava. Vazia por eu não entender do que se tratava aquela imagem que eu olhava. Uma imagem opaca e vazia onde eu não percebia o cansaço de uma mente fadigada, exaurida. O desconhecimento sobre si próprio causa isso, causa essa inépcia. Inépcia para compreender o que está afetando o próprio estado anímico, e que acabará atingindo de forma brutal o corpo físico.

A tardinha pode ser qualquer horário. A televisão pode ser qualquer outra coisa. O que não se altera é o tempo que passa e a oportunidade perdida para melhorar a si mesmo. Lazer e distração são extremamente necessários e fundamentais para que o pleno potencial seja alcançado. Mas lazer e distração não podem ser confundidos com letargia. A letargia é o principal ingrediente dos dias de escuridão, pois quando não criamos obstáculos para algo é comum que isso se amplie e fortifique. A permanência em algum campo letárgico, onde o conhecimento não é buscado, amplifica todo o potencial de expansão dos dias de escuridão criando o ecossistema perfeito, e necessário, para que o processo de assassinato da própria empresa inicie.

Por que o livro fica fechado? Ou por que o curso foi interrompido? Porque à ausência de propósito está comandando o jogo! O livro não lido, bem como o curso interrompido, são os exemplos do desinteresse pela ampliação do conhecimento. Como então saber o que fazer e para onde olhar quando não se fez nada quando podia. Fazer quando é necessário, fazer quando é o tempo correto é a chance de minimizar o erro presente ou futuro. Por isso que o avanço na ampliação do conhecimento precisa ser intenso e desbravador. Porque é o saber sobre si que explicará a razão primordial para o livro ser lido e o curso concluído.

Os inconvenientes da falta de tempo são sempre relativos ao tempo total que se deseja nada fazer para si próprio. Eu arranjo tempo para tudo que se torna importante, imprescindível. É assim ou não é? Eu arranjo tempo quando eu quero esse tempo. Alegar falta de tempo não irá resolver nenhum problema que será criado pela falta de conhecimento. Uma das características da ampliação do conhecimento é justamente a organização de forma eficiente e eficaz do tempo. A síntese da nova dinâmica criada por mais instrução, por mais cultura é justamente uma ordenação maior sobre como consumir o próprio tempo.

Cada um achará um propósito específico para travar suas batalhas ou enfrentar seus demônios. Essa disposição terá que ser constante, diária. Existe um oceano de incertezas e uma pequena ilha com respostas prontas que poderão ser usadas. Esta ilha será expandida transformando-se num arquipélago ou até num continente se as portas do conhecimento forem destravadas. Mas, em contrapartida, essa mesma ilha sucumbirá e afundará no oceano de incertezas se o propósito não for posto à prova. À ausência dos retumbantes sons internos impelindo-nos ao bom combate, acaba por produzir um constrangedor e austero silêncio típico de um cortejo fúnebre.

Não existe prioridade maior do que ser melhor hoje do que fui ontem. Se você acredita que isso não faz diferença agora pense como será o amanhã. Estamos, hoje, na metade do ano de 2020 e eu pergunto: se houvesse uma previsão concreta sobre essa terrível pandemia a exatos 365 dias atrás o que você faria? Já pensou nisso? Quais dilemas fariam parte da sua vida? O que você teria feito de diferente, nesse espaço de tempo, para estar numa condição melhor hoje? Entenda que nem eu, nem você e, talvez, ninguém no planeta saiba quando acabará e qual será o resultado obtido ao final dessa terrível pandemia. A única coisa certa é que os dias continuam com 24 horas e, com isso, com essa certeza, nós temos tempo para ampliar o conhecimento para lidar com o que ainda virá pela frente e minimizar o impacto dos dias de escuridão.

Eu sacrifiquei muitas coisas tardiamente por não ter dado a importância necessária no tempo correto. Desperdicei auxílio; dispensei apoio; rechacei ajuda por nem saber que precisava. A escuridão que eu permitia era muito densa, profunda. Eu tinha certezas intransponíveis e, ao mesmo tempo, inatingíveis. As coisas oscilaram por muito tempo até eu finalmente ceder a necessidade de aprimoramento da minha capacidade, mas o bom é que depois da primeira provinha não parei mais.

À minha natureza, aquela aptidão nata foi ampliada, muito ampliada, ao mesmo tempo em que fui acessando e desbravando as portas do conhecimento. Saber sobre si; saber sobre negócios; saber sobre limites e continuar aprendendo dia a dia propicia uma confiança adicional concedida pelo bom preparo. O bom preparo facilita que as coisas se aproximem, se encaixem umas nas outras; as pistas aparecem durante a investigação; os questionários surgem ao mesmo tempo que as dúvidas; os sonhos passam a ser projetos; os projetos tomam forma ou são descartados; os caminhos certos começam a fazer parte das opções; as pessoas preparadas atraem outras pessoas preparadas.

Os dias de escuridão podem ter fim. E o fim pode ser a qualquer momento. Acabe com os dias de escuridão agora!

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*** Publicado em 2020 na época da pandemia ***

O assassinato da própria empresa

Olá. Bom todo dia!

A missão: Entregue os anéis para salvar os dedos!

Hoje vou contar uma história pessoal. Dolorida e dolorosa. Resolvi contar essa história agora porque alguns (espero que muito poucos) empresários talvez passem por situação semelhante. Vou contar à minha experiência ou melhor, para ser bem específico, vou relatar como praticamente assassinei à primeira empresa que criei e quase todo meu futuro.

Estou na terceira iniciativa como empreendedor. Na primeira eu deixei quebrar o negócio, mas não fali. Na segunda experiência à situação foi diferente da primeira, pois eu resolvi sair do negócio por vontade própria logo que percebi que estava perdendo energia física e mental a cada dia que passava. Assim, de forma pensada, busquei alternativas até o momento em que decidi por vender uma parte da empresa e encerrei as minhas atividades no setor.
Vender um empreendimento é uma espécie de divórcio consensual. Quando isso é associado ao encerramento das atividades torna-se o caminho menos traumático, mesmo sendo um processo burocrático lento, longo e oneroso. Também por isso que à experiência da falência (sem falir) é frustrante, degradante e tortuosa porque fica faltando um momento final.

Na experiência de falir (sem falência) eu perdi os anéis e machuquei profundamente os dedos. Demorei demais a entender o cenário em que estava inserido. As marcas perduram e me fazem lembrar das lições. Lições do que não vi, pois não sabia para onde olhar. É sobre essas lições que vou escrever agora.
É um texto um pouco diferente. Vou fazer um comparativo descrevendo o que eu vivia naquela época e o que aprendi, tempos depois, quando num processo de conhecimento pessoal foram analisados alguns pontos do passado, sob uma nova perspectiva, e os reflexos disso como vivência adquirida. Espero que ajude quem precisar de ajuda.




O relato é específico e centrado no contexto das dificuldades criadas sem pormenorizar o que motivou o problema (isso talvez ainda vire um livro). Para auxiliar no entendimento do texto vou usar “dono” para definir o passado e vou utilizar “mentor” para mostrar uma opinião objetiva, um entendimento maior sobre as ações ou atitudes.

dono > Como todo pequeno empresário eu respondia pelo financeiro, administrativo e comercial. A partir de um determinado momento, com 3 para 4 anos de funcionamento da empresa e eu com 27 anos de idade, todo dia era uma aventura quase épica com alguns momentos de alívio imenso por ter conseguido efetuar um pagamento. Misturava tudo e não usava nem agenda, não lia nada além de jornal. Buscava ansiosamente uma forma de prospecção de um novo negócio na expectativa de conquistar um grande cliente, o famoso salvador da pátria, mas de prático fazia quase nada.

mentor > Não foi formalizado nenhum plano de negócio; não foi elaborada uma estratégia clara; não foi efetuado nenhum planejamento comercial; não existia uma rotina financeira e, até por isso, à busca pelo salvador da pátria, ou o pequeno conforto ao efetivar algum pagamento, apontavam para uma situação geral muito perigosa. Aos 27 anos de idade à confiança era apenas na capacidade de resolver problemas. Não foi aberto um único livro por 8 anos e, assim, ficou evidente que à instrução recebida na faculdade não foi ampliada com mais nada, principalmente algo que trouxesse alguma nova capacidade de gestão.

dono > Em todos os anos de existência da empresa eu nunca tive um valor definido como ‘pró-labore’, o famoso salário do empreendedor. Eu pegava dinheiro ‘dentro’ dos gastos da empresa e não sabia exatamente quanto.

mentor > Esse erro cria uma dificuldade de perceber à situação geral porque demora para o aperto chegar no dinheiro pessoal. O que faltava, faltava à empresa e não exatamente ao dono. Por mais que o gasto fosse limitado ao que à geração de caixa, do pequeno negócio, produzia essa limitação era menor para o dono do que para a empresa. Isso não permitiu sentir a dificuldade crescer e criou uma dupla fantasia: 1ª) que a empresa não gerava lucro; 2ª) que o dono não recebia dinheiro do negócio.

dono > Era comum eu fazer concessões aos clientes por medo de perdê-los, pois os clientes pagavam pontualmente. Praticamente abdiquei de apurar os custos da operação. Qualquer reclamação de cliente era considerada como erro interno independente de qualquer análise. O que importava era não ter reclamações ou correr qualquer risco de perder um contrato. Quando mais próximo do quase fim eu chegava mais essa pressão era sentida.

mentor > Levar ao extremo a expressão ‘o cliente sempre tem razão’ custa muito caro, e a razão disso é que o cliente rapidamente percebe que até as solicitações menos criteriosas são aceitas e, assim, passam a exigir cada vez mais, inclusive indo além do que haviam contratado inicialmente. A relação de subserviência negocial que começa com clientes quase sempre é estendida às outras áreas.

dono > O primeiro boleto não pago que foi protestado veio como um soco no estômago. Fiquei sem fechar os olhos por 2 dias e, depois, não consegui dormir direito enquanto não paguei a conta no cartório e limpei o nome da empresa, inclusive com certidão negativa de débito. Esta luta, em seguida, virou uma rotina diária por bastante tempo. Algumas vezes um boleto não pago era protestado ou um cheque sem fundos era devolvido, mas a reversão ocorria em pouco tempo, até que chegou o fatídico dia do primeiro cheque sustado. Parece que nesse instante as coisas mudaram de patamar e eu aceitei que à situação seria diferente. Eu não tinha mais a obstinação em resolver rapidamente.

mentor > Como a capacidade de gestão não foi aprimorada e, tampouco, um mínimo controle foi organizado era evidente que os problemas econômicos iriam produzir graves disfunções financeiras. Na medida que o laço aperta é que se faz necessário conhecimento para tomar decisões resolutivas e, é por isso também, que o balancete contábil é de suma importância. Sem se ter a visão do real tamanho do problema que se tem pela frente fica difícil escolher um caminho que conduza à solução. Os sintomas como à asfixia financeira, normalmente, são os últimos que aparecem e eles só aparecem porque à doença econômica tomou conta do resto todo. Tomou conta inclusive das pessoas que precisam tomar decisões. A gestão nesse ponto torna-se extremamente perigosa porque temos o fator psicológico sendo esgaçado. Neste ponto de ruptura é possível, inclusive, que ramificações com outras desordens psicológicas avancem ao campo mental ou emocional. É preciso muita atenção com os pensamentos, mais especificamente sobre o tipo e quantidade de repetições em uma mesma linha.

dono > Passei a ser totalmente tolerante com falhas de funcionários. Faltas ao trabalho ou danos aos equipamentos e até perda de produtos eram desconsideras, esquecidas ou perdoadas.

mentor > É claro que à asfixia financeira chegou forte nas trincheiras internas da empresa, pois quando falta dinheiro essa falta não é apenas para o pagamento de fornecedores. A organização de uma atividade produtiva com pessoas necessita de obrigações assumidas e cumpridas por ambas as partes. Da parte do contratante é esperado o preparo suficiente para ordenar, normatizar e oferecer condições de execução adequadas, sendo uma das principais o cumprimento dos acordos financeiros firmados. Quando à ineficácia da gestão ocasiona inadimplemento no pagamento de salários perde-se uma condição vital de comando e assume-se, invariavelmente, um papel condescendente e complacente ao ambiente disfuncional criado.

dono > Deixei de pagar os impostos no vencimento. No primeiro momento pagava em atraso, mas logo deixei de pagar os impostos de forma total.

mentor > Essa é a decisão mais fácil de ser tomada, principalmente, porque desconhece-se os reflexos futuros dela. O governo, como um todo, cobra demais é verdade. Só que essa é a lei. E o empresário que fica a margem da lei não tem um futuro promissor. No caso específico, onde as dificuldades aumentam, a única forma de provar que a inadimplência dos impostos foi uma necessidade condizente com as dificuldades enfrentadas pela empresa é quando a contabilidade, através dos registros regulares das fatos documentados, produz o balanço patrimonial que reflete essa situação de forma cristalina. Caso contrário o rolo será grande, longo e penoso.

dono > Com as sucessivas decisões erradas eu acabei consumindo um apartamento de 2 dormitórios; o meu crédito todo; o crédito de um familiar próximo; além de pegar empréstimo com um parente de outro familiar. Tudo deu errado nessas operações.

mentor > Consumir os anéis e machucar profundamente os dedos. O ponto onde usar patrimônio, crédito ou amizades é indicado fica situado bem antes da dificuldade econômica. Essa leitura é facilitada analisando à consequência sabida é claro, mas é preciso sempre pensar na consequência caso contrário não existe gestão. Sempre que um investimento é efetuado numa empresa criamos a probabilidade de que à empresa tenha condição de gerar retorno. A expectativa de retorno é diferente da esperança de salvação. O capital queimado na salvação de uma empresa precisa, antes de tudo, ser muito muito bem calculado. E o pior é que o cenário mais comum, muito comum mesmo, é errar na necessidade de dinheiro por desconhecimento daquela ‘visão do real tamanho do problema que se tem pela frente’.

dono > Na fase de tentativa e erro eu desativei uma empresa, aquela que não fali, e constituí outra (essa era uma alternativa muito usada naquela época) em nome de familiares.

mentor > Tomar uma decisão dessas sem nunca ter avaliado um único balancete contábil da empresa que será desativa é o primeiro erro gigantesco. Não saber à situação real dessa empresa é outro erro imenso. Uma situação problemática não deixa de ser um problema simplesmente porque foi posta fora de uso. À situação difícil continua viva e cobrando atenção diária e é lógico que seria, em algum momento futuro, transferida para o novo CNPJ com agravantes de responsabilidade indevidas. Não dar o fim legal para o CNPJ é um erro que marca com reflexos profundos o futuro e que prejudicará extremamente alguma possível experiência posterior. Se à empresa estava quebrada, se o dono também estava quebrado era preciso ter tido à condição de pedir falência de forma correta e acabar com os problemas no período apropriado. Isso é uma decisão para quem está preparado para gerir o negócio e suas consequências.

dono > Dediquei um tempo excepcional para desenvolver um sistema informatizado de controle operacional para facilitar o funcionamento da parte vital do negócio e facilitar o atendimento aos clientes. Obtive êxito, mas não adiantou nada.

mentor > Como é evidente na definição de encargos inicialmente exposta que o dono não desempenhava função operacional fica claro que algum outro familiar, ou pessoa muita próxima, detinha essa atividade. As pessoas operacionais de uma empresa são fundamentais e tudo que puder ser feito para conceder condições de eficiência deve ser feito. À condição econômica crítica produz os piores resultados nas pessoas mais próximas, seja pela inadequada remuneração financeira ou pelo excesso de trabalho. A compensação com melhorias operacionais nem sempre chega no tempo certo para auxiliar na resolução dos problemas criados anteriormente.

dono > O final do empreendimento chegou quando recebi uma proposta de compra dos contratos. A proposta incluía manter toda a equipe. Aceitei. Por 90 dias estive presente e acompanhei à transição.

mentor > Foi talvez à primeira decisão acertadamente tomada, e bem conduzida, no cenário de complicações gerais. Evitar ainda mais problemas futuros, com as novas variantes criadas em função das pessoas inseridas no negócio, sem dele participar, foi o melhor termo ao empreendimento.

dono > Por muito tempo sofri por não saber como eu havia falhado e deixado os acontecimentos controláveis tomarem à dimensão absurda que tomaram.

mentor > Uma empresa não fali em um dia, salvo um incidente natural catastrófico ou similar econômico (a atual pandemia). Uma sucessão de pequenos deslizes, desatenções e erros primários é o que conduzem uma empresa para a insolvência. Não existe um momento ou um fato; não é um ato ou um contrato; tampouco será um título não pago ou algo similar; quando olhamos para o cenário exposto é fácil verificar que foi a soma de tudo, o conjunto dos elementos, que sucessivamente cavaram o buraco dia a dia. Mas todo o complexo ecossistema de uma empresa tem uma dependência fundamental vinculada a capacidade de gestão do seu dono, disso é impossível fugir e é indevido relevar. A capacidade, mesmo quando for nata, deve ser constante e permanentemente aprimorada.

Em linhas gerais essa é uma das formas de assassinar uma empresa. Existem outras é evidente, mas uma coisa é bem clara: nunca, jamais, em momento algum uma empresa busca o próprio fim. A empresa é conduzida para isso.

Eu sou o dono que viveu tudo isso e, também, sou o mentor que foi adquirir o conhecimento necessário e hoje tem à experiência para encontrar soluções; experiência que fez uma falta danada naquele período. Como eu queria ter ouvido conselhos; como eu precisava ter ouvido palavras fortes com sinais de alerta. Como eu precisava pensar no futuro como um todo e não apenas em uma parte.

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*** Publicado em 2020 na época da pandemia ***



Uma experiência de quase fim

Olá. Bom todo dia!

A prioridade: Entregue os anéis para salvar os dedos!

Esse ditado é precioso, guarde ele em um local de fácil acesso. Os tempos atuais e o futuro no curto e médio prazo apontam, no campo econômico com reflexo amplo e imediato no financeiro, para a possibilidade real que venhamos atravessar um terreno pantanoso, agravado por um dia cinzento, nebuloso e com ameaça de um temporal gigantesco. Então ponha-se atento e permaneça assim.

Para encerrar essa linha de assunto preparei uma série temática com o tema mais delicado possível, e por isso não vou divulgá-lo aqui, assim quem tiver interesse ou precisar ler vá ao blog. 

O tema é o fim das atividades, o encerramento do negócio. A série tem 3 artigos simples, diretos com os seguintes títulos:

O assassinato da própria empresa”; 
Os dias de escuridão”; 
A ressurreição do empreendedor”. 

Por que escrevo sobre isso? Porque é importante que um empreendedor, empresário saiba olhar atentamente para sua situação e tomar decisões para evitar adentrar em qualquer ocorrência crítica, mas se entrar saiba o que fazer para minorar ou evitar os erros de condução. 

É uma questão de atitude, volto a esse ponto mais adiante.

A previsão otimista para os próximos meses é de recessão. Desemprego. Falta de renda para uma grande parte da população será a principal consequência do cenário. A falta de renda aumenta a inadimplência e ocasiona negativação de crédito. Com a falta de renda à escolha prioritária será sempre à subsistência imediata. E isso torna a disputa pelo gasto do consumidor muito mais acirrada e com mais variáveis em jogo.

Este não é o momento em que é permitido errar com precisão infinita, identifique corretamente onde você está posicionado e faça o que deve ser feito. 
Não sabe o que fazer? Busque ajuda
Tem dúvida sobre a sua situação? Busque ajuda!

O meu impulso natural como empreendedor me moldou para diversos eventos da minha carreira. Tanto é assim que depois da ‘experiência do quase fim’ eu fui trabalhar auxiliando empreendedores a organizar seus negócios. 

Primeiro como empresário de contabilidade, depois com consultoria tradicional e agora com implementações em inteligência nos negócios. Na medida em que os casos se sucediam, era possível perceber claramente que o processo de caminhar a passos largos rumo ao fim é basicamente o mesmo, independendo de quem está como timoneiro.

É a atitude que faz toda a diferença. Atitude negativa é quase imperceptível num momento de pouca clareza. 

Os caminhos percorridos nos tempos sombrios e duvidosos são sempre cercados de pouca percepção geral, desgosto por detalhes e busca de algum toque mágico. 

Em ritmo acelerado avançamos e tentamos cooptar adeptos as alternativas, independente da possibilidade de concretização ou êxito.


Fazendo uma anamnese da atitude conflitante encontraremos características visíveis conforme segue:
  • O primeiro sinal é para o médico oftalmologista: a miopia da certeza nos faz parar de enxergar os números exatamente como eles são, olhar o extrato do banco ou o fluxo de caixa passa a ser um incômodo cada vez maior. Quando enxergamos mal é corriqueiro aumentarmos o tom da voz e, nessa situação, é comum iniciarmos embates ferozes por qualquer coisa. 
  • O segundo sinal é para o médico otorrinolaringologista: perde-se a audição e deixa-se de escutar tudo aquilo que vai contra a miopia da certeza, em contrapartida assume-se um papel de gargantear que tem tudo sob controle. Nesta etapa é trivial perder além da audição também o sono.
  • O terceiro sinal é para o médico gastroenterologista: o paladar desaparece e o apetite pelo risco e pelo duvidoso fica cada dia mais aguçado, é comum nessa etapa consumirmos uma série de juros excessivos em operações financeiras de duvidoso êxito. A falta de sono traz também um outro desajuste que pode ser engordar muito ou perder totalmente o vigor físico.
  • O quarto sinal é para o médico traumatologista: a sucessão de insucessos e ‘pauladas’ começa a mostrar os efeitos na estrutura do negócio, ‘apanhar’ parece que não machuca mais e a única coisa que ainda nos sustenta é uma boa dose de morfina diária, também conhecida por títulos negociados em condições cada vez mais irreais. Nessa altura dos acontecimentos a gritaria, a falta de sono, o sobrepeso ou anemia apresentam sua fatura, tão alta quanto os juros pagos na última operação de crédito.
  • O quinto sinal é para o médico psiquiatra: a total falta de lucidez no comando das próprias ações ocasionou tantos transtornos que é quase impossível encontrar a maçaneta da porta de entrada para o consultório do oftalmologista... aquele primeiro médico quando a coisa ainda era contornável.

Só para lembrar e, também, quem sabe para não chegar ao fim prematuro... não existe melhor momento para implementar soluções em inteligência nos negócios do que agora. 



Por quê? Porque o passado acabou, não interessa mais, não fará diferença nenhuma, o que importa é que agora temos o presente e um provável futuro! 

E que seja sem os sintomas que nos levam a ignorar os sinais...

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*** Publicado em 2020 na época da pandemia ***