O balancete mensal sintético é o que normalmente o tocador do negócio pede ao contador. Até acho significativo, pois o balancete mensal sintético em alguns casos pode ser exatamente como um bom livro de ficção ou algum romance policial de segunda categoria. Não mostra muito e deixa ao critério do leitor preencher as lacunas. Entendo essa escolha porque tenho a certeza absoluta que a maioria dos tocadores de negócio acham que qualquer um dos relatórios contábeis são escritos no alfabeto mandarim... então, sendo assim, quanto mais sucinto melhor.
Voltando ao ponto central onde o balancete não é uma obra de ficção ou um romance policial, sei que as coisas podem ser um pouco complicadas quando se trata de desvendar as informações ali contidas. Acredito que isso se dá por um ponto crucial: quem produz o material é o mesmo que apresenta e explica. Não, não estou afirmando que isso está errado. Apenas é uma constatação de quem já esteve nessa situação. Também sei que hoje é fartamente utilizada a produção de relatórios gerenciais que ‘mostram’ com mais facilidade os números da empresa, mas isso não resolve o problema legal. O balancete é o que representa a legalidade e veracidade da escrituração contábil como um processo único e vinculada a todas as informações do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED.
O balancete é um material de produção técnica e a questão da literatura contábil interna remete para esse ponto técnico e legal onde a facilidade de entender; onde a veracidade das informações; onde o atendimento das normas; e, onde a saúde econômica e financeira traduzam de forma ampla e completa que as obrigações estão sendo cumpridas. Todos esses quesitos normalmente são ratificados por auditores nas grandes empresas ou nas obrigadas por lei. E as pequenas e médias empresas como fazem? A verdade é que nada fazem, nada sabem e poucas se interessam.
Pela fragilidade da fiscalização de tempos passados criou-se a falsa expectativa que tudo pode ser contornado. Era assim. Não é mais. Com os novos conceitos de Inteligência Artificial foi criada a capacidade de diversos cruzamentos de informações sem a necessidade de fiscalização presencial. Isso mudou o jogo. Nos tempos atuais usar à famosa desculpa de alguns políticos malandros traduzida na expressão “eu não sabia” é o mesmo que atestar a culpa. Hoje é preciso saber. Se você vai ter que assinar, tem que saber o que assina. Confiar, sim. Mas também conferir, checar, avaliar.
A responsabilidade técnica do profissional contábil deve estar associada com alguns predicados, tais como: capacidade, atualização, confiabilidade, agilidade, lucidez. Esses, entre outros atributos, configuram um perfil de segurança para realizar as tarefas necessárias ao cumprimento das obrigações no âmbito legal. Mas, normalmente, essas características também são sinônimos de falta de tempo, pois a dinâmica dos serviços contábeis está sobrecarregada, com procedimentos obrigatórios quase diários, o que reflete na limitação de oferta de tempo disponível para uma atividade importante e quase crucial para a boa gestão de negócios: avaliação e melhorias.
Cabe ao próprio empresário essa tarefa e, para isso, é necessário auxilio profissional. Pense nisso.
Sorte, sucesso e conte comigo!