domingo, 11 de novembro de 2018

Combata a escassez de Inteligência

O meu primeiro encontro com a definição que mudaria significativamente os rumos na formação da minha carreira foi com um colega de trabalho numa multinacional americana em 1987. Esse colega me ‘obrigava’ a sempre pensar antes de iniciar a execução das tarefas, pois questionava sistematicamente tudo que eu fazia. Para cada resultado que eu apresentava ele oferecia um contraponto ou divergência me impelindo sempre a melhorar meus argumentos para justificar minhas escolhas. Foi preciso ler e estudar muito para adquirir conceitos e ampliar meus conhecimentos e técnicas para aplicar no meu trabalho, mas não apenas sobre isso. Ler e estudar o que gostamos ou temos afinidade é fácil, simples. Mas o conhecimento verdadeiro vem com a multiplicidade de interesses onde criamos bases sólidas de educação, instrução e cultura que formam, em conjunto com o estudo técnico, o capital intelectual. 

O livro “A Gestão Estratégica do Capital Intelectual, Ed. Qualytmark - 1998, David Klein” foi o que consolidou a ideia de que conhecimento e inteligência são coisas semelhantes, mas não iguais. Com essa inspiração percebi que qualquer possibilidade de avançar em capacitação necessita estar ligada a um desafio. Explico. Se eu recebo capacitação técnica sem que essa tenha aplicação imediata eu estou desperdiçando tempo e dinheiro, pois crio conhecimento e desperdiço a inteligência. Sei que parece confuso. Avanço na explicação. Inteligência é a capacidade de adquirir conhecimento, pois de pouco vale ler ou estudar se a sua manifestação de saber não se faz presente no dia a dia. 

É claro que não atrapalha. Com absoluta certeza a vida é muito, muito melhor com a leitura e o estudo, então é preferível ler e estudar do que não o fazer. 

Avancemos, agora, em busca do combate a escassez de inteligência ou na aplicação do conhecimento ao dia a dia da gestão de um negócio ou carreira. Isso acontece com uma ação e com a repetição sistemática dessa ação até que se torne automático. A ação que proponho é usar alguns instantes que antecedem cada tarefa a executar e analisar se está aplicando a melhor técnica de execução. Nas primeiras vezes isso vai ser difícil. Parece perda de tempo e até uma bobagem. Mas é assim mesmo, pois a única forma de combater a escassez de inteligência é com o intensivo uso e abuso do capital intelectual acumulado. 

Pequenos deslizes são esperados, são normais. Fazem parte do aprendizado e da aplicação de conhecimento. Com o transcorrer do tempo as ações de análise passam a ocorrer de forma natural e o que surge é a vontade de absorver mais conteúdo, ler e estudar mais e mais. E, dessa forma, simples assim, a inteligência passa a ser consumida no cotidiano. As suas ações inteligentes começam a expandir e dinamitar os pontos de escassez de inteligência até o momento em que será eliminado do seu dia a dia, na gestão do seu empreendimento ou na sua carreira, o contato com a parte emburrecida do mundo a sua volta. 

Um alerta: tenha cuidado, pois esse é um caminho sem volta! 

Sorte, sucesso e conte comigo para fazer as boas escolhas!

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Corra menos risco arriscando mais

Os últimos 25 anos me ensinaram a encarar o que é arriscado de uma forma diferente. Essa faceta se contrapõe a exposição ao risco. Naturalmente não gosto de correr risco, penso até que tenho um sensor de risco bem apurado. Hoje em dia digo mais nãos do que sins, acredito que isso seja um fruto cognoscente das experimentações vividas nessa trajetória. 

No contexto em que escrevo esse artigo a opção pelo arriscado é direcionada ao ambiente do empreendedorismo, pois qualquer negócio está por si só sujeito ao risco. As chances reais de obter êxito, sucesso são ínfimas. A exposição ao risco é dinâmica, variável, diária e não temos como fugir disso, mas é possível buscar caminhos onde o ambiente seja controlável. Por isso que proponho correr menos risco arriscando mais. Explico. Como criar um ambiente controlável de risco? Com uma sequência de planos. 

A organização do negócio com uma simples base de planos gerais para vendas, compras, execução, logística, produção, distribuição de resultados e folgas permite que seja criado o ambiente com menor risco e maior audácia, onde o impactante medo do amanhã é suavizado com rotinas de ações previamente pensadas para o atendimento das ocorrências rotineiras ou eventuais. Planos. Simples. Planos simples ajudam muito a fazer mais. 

O perigo iminente é o elemento preponderante no risco, já o arriscado envolve derivações com menor contundência de risco porque o prévio controle de uma série de variáveis permite superar o aspecto temerário, perigoso. Arriscar é o que move o empreendedor e empurra ou trava o empresário executivo. Teoricamente deveria ser a mesma coisa, pois em muitos casos é a mesma pessoa ou mesmas pessoas que estão configuradas nessas designações. Mas a prática mostra que não é assim. E, por isso mesmo, que é prudente controlar ao máximo a exposição ao risco, mesmo que isso seja arriscado. Aqui mostro uma das chaves para as diversas trancas que serão apresentadas na jornada de qualquer empresa. Um grande e visionário empreendedor nem sempre será um empresário executivo de sucesso

Um empresário executivo de sucesso nem sempre terá a visão para identificar as oportunidades de empreender em algum negócio, ou promoverá alguma inovação, mas este empresário executivo saberá como criar os planos necessários para que a visão empreendedora seja consolidada. Todo o empreendimento, empresa ou negócio deveria ser composta por no mínimo um empreendedor e um empresário executivo. O sucesso seria garantido mesmo se fosse adicionado um especialista em pessoas. Os últimos 25 anos me ensinaram isso e, assim, eu indico corra menos risco arriscando mais!

Sorte, sucesso e conte comigo!

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Saber para qual ponto olhar

Muitos dos problemas que enfrentamos nos negócios surgem por dificuldades de percepção. A dificuldade de percepção decorre da confusão em identificar de forma clara e objetiva para qual ponto olhar quando algo não acontece. É evidente que gerir uma empresa baseado apenas na percepção dos acontecimentos é um risco grande, muito grande. Mas e possível afirmar que reside no fato de perceber, compreender o que advém que nasce aquela sintonia fina, apurada que a boa gestão demanda. 


Saber para qual ponto olhar é como escolher o fruto maduro que será colhido em um pomar com muitas e variadas árvores. A cada momento pode ser um diferente, as vezes mais de um será o escolhido, mas todos terão sua vez em algum momento dentro do seu ciclo. E a escolha, a decisão de qual deverá ser colhido, ou quais deverão ser colhidos ao mesmo tempo, é a soma da percepção com a informação correta. Não usei a fruticultura à toa nesse texto. A natureza nos mostra com extrema precisão muito do que devemos fazer no dia a dia das nossas decisões. É só observar. 

Volto a escolha, a decisão de qual fruto deverá ser colhido porque isso vai indicar para qual ponto olhar. O processo que eu proponho é simples, fácil. Penso que trilhar o caminho de algo que não seja natural é sempre um risco que deve ser evitado. Mas mesmo sendo simples, fácil ele precisa de dedicação e ferramentas. Insisto que gerir um negócio pela percepção dos fatos é um risco grande, assim o que nos sobra é buscar informação. Informação de qualidade. Informação correta. Informação com fonte segura. Informação sobre qual ponto da minha empresa eu preciso olhar com atenção. Essa informação ela só tem um lugar para ser colhida, tal qual um fruto maduro, ela tem que estar disponível no seu próprio pomar. É apenas no seu banco de dados que você encontrará as informações que farão você perceber para qual ponto olhar

É apenas colhendo os frutos dos processos internos da sua empresa, as vendas e as não vendas, as compras e as não compras, os pagamentos e os não pagamentos, os recebimentos e os não recebimentos, a comunicação e a não comunicação, enfim a gama de informações contidas no seu próprio BIG DATA que, assim, você como gestor terá condições de orientar, comandar e executar as ações que fazem os negócios produzirem bons resultados. 

Sorte, sucesso e conte comigo para tratar do pomar de frutos!

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Disrupção, ansiedade e a inovação transitória

Nada é mais antigo do que a busca por algo novo. Este início do milênio está avassalador sob o ponto de vista da geração de novidades. Basta uma piscada de olhos e algo novo surge. O ritmo está tão acelerado que é bem possível que estejamos submetidos a inúmeros casos de inovação transitória. O novo ou a novidade não resiste por um ano. E é aqui que, sob o meu ponto de vista, está aquilo que poderá ser um problema. 

Quase tudo, hoje, é apresentado para que tenhamos a sensação de que estamos evoluindo, progredindo. Essa sensação nos estimula de tal forma que quase temos a certeza de que isso é prático. Explico. Boa parte, ou até a maioria, das novidades que realmente nos beneficiam são precedidas e sucedidas de uma experiência de consolidação. A precedência como sensação de evolução é importantíssima para controlar nosso anseio pelo futuro, com a ansiedade controlada aproveitamos a experiência e colhemos frutos disso. Os frutos são a base do que vai suceder, em uma nova etapa ou novo produto, a experiência anterior propiciando que o progresso ou evolução seja assimilado e aceito no seu curso regular. 

Hoje vivemos a interrupção desse curso natural ou, usando o termo da moda, a disrupção do processo de consolidação. Isso está, sob meu ponto de vista, errado. A disrupção não provoca evolução. A disrupção provoca o rompimento do ciclo, e nem todo o ciclo deve ser contestado. O resultado de incentivar a imprevisão disruptiva em tudo é que assim se provoca o estado de caos na assimilação das coisas novas, propiciando a inovação transitória. Coisas essas que se tornam obsoletas no curto prazo como se fossem parte de um frenesi de ideias nem um pouco úteis para a evolução e o progresso real. 

Os termos que submetem os tempos são sempre excitantes. Já quebramos paradigmas e fizemos reengenharia. Agora temos a disrupção como termo de interferência no tempo de maturação ou, no sentido menos original, na definição do que deve morrer antes de ser consolidado como experimentado e, assim disruptivos, nos tornamos ansiosos no processo e não pelo processo e, tampouco, pelo resultado. A fragmentação destes conceitos torna nosso mecanismo de escolha menos sensorial e mais suscetível a imposição do externo em detrimento ao interno. E, desta forma, obtendo como um efeito secundário do marketing dos novos termos nossa submissão ao processo e não ao resultado. 

Agora imagine essa loucura na condução de um empreendimento. Imagine uma empresa sendo disruptiva com seus negócios. Interrompendo ciclos de criação de produtos e interferindo nos meios de pesquisa e desenvolvimento ou nos procedimentos de controle de qualidade ou nas negociações de contratos fechados. Nada disso se mostra promissor. Uma agenda disruptiva, como foi com a quebradeira de paradigmas ou com a reengenharia das estruturas organizacionais, deve ser delimitada por um estudo completo sobre o engessamento de pontos específicos da gestão visando atenuar ou eliminar esses gargalos formais ou informais. 

Conte comigo para criar uma agenda positiva e disruptiva benéfica para o empreendimento!

Vender mais não significa crescimento de vendas

A afirmação “vender mais não significa crescimento de vendas” é quase tão difícil de explicar quanto a necessidade de controlar com rigor capital de giro e fluxo de caixa. Em alguns momentos chego a pensar que nessa luta nunca terei sucesso. O ponto em comum nas duas situações de embate é dinheiro

No tocante a vender mais parece que a expectativa de entrar mais dinheiro altera o processo de entendimento do significado de crescimento de vendas. E quanto ao controle rigoroso do capital de giro e fluxo de caixa percebo que a sensação de não controlar tranquiliza, de uma forma bizarra, aquele movimento de avançar com a mão grande em qualquer centavo disponível no caixa. 

Explico agora a distinção que faço entre vender mais e crescimento de vendas. Crescer é parte de um processo de aprimoramento. Nesse processo experiências vão sendo adicionadas e formam uma base de conhecimento (base de faturamento) que sustentam os diversos movimentos necessários para a contínua expansão. O crescimento de vendas acontece em ciclos que podem e devem ser predeterminados para que tudo aquilo que está envolvido no aumento da demanda acompanhe esse fluxo de forma natural. 

Em contraponto ao processo de crescer temos a busca incessante de vender mais a qualquer custo, o que não raro proporciona justamente o resultado contrário, ou seja, as vendas param literalmente. Os problemas que surgem por conta da obsessão em vender mais por vezes asfixiam todo o negócio, empurrando para o precipício das lamentações até os mais bem-intencionados tocadores de negócios

Aumento de vendas é necessário todos os dias, mas isso só acontece de fato quando faz parte de uma estratégia sustentada de crescimento. O esforço para aumento de vendas deve fazer parte de um planejamento de negócio que suporte tudo isso, pois tem reflexos por toda e em toda empresa. Esse ponto é crucial. O aumento de vendas reflete em tudo na empresa, acredito ser desnecessário dizer que o contrário também afeta tudo e todos. Mas vou escrever mesmo assim para ficar bem claro. Se as vendas falham em algum ponto a empresa como um todo perde e até morre. 

Conte comigo para criar o ambiente de crescimento sustentado!

sábado, 3 de novembro de 2018

Sobrevivência 2!

Escrevi em outra postagem (aqui) sobre o ciclo caótico em que vivemos. Esse período ainda não acabou, mas já temos um caminho sinalizado. Isso é muito bom. 

O cenário que é possível antever aponta para ajustes profundos nos rumos gerais de condução das coisas públicas. Certezas não existem, pois como escrevi o caos é a imprevisão, a disrupção do sistema. E é na disrupção do sistema que depositamos uma esperança de novos ares, mudanças e isso demanda um tempo considerável de condução correta para chegarmos ao ponto de estabilização e, posteriormente, crescimento. 

E qual é o caminho que está sinalizado no horizonte? Na minha visão estamos iniciando um ciclo de correção. E o que significa isso? Indica grandes movimentos (imperceptíveis a ‘olho nu’) na intenção de fazer as coisas certas nos assuntos republicanos. E é exatamente aqui que reside a grande dúvida que conduz para a inexistência de certezas e vou tratar disso iniciando com uma pergunta: as escolhas individuais também sinalizam mudanças? É impossível responder essa questão

Esta dúvida vem de longa data e está solidificada na palavra interesse. Vivemos um ciclo longo com a consistente busca de vantagens individuais nos mais variados setores sociais, tanto no ambiente público quanto no privado, e não apenas no sentido econômico, mas sempre com a perspectiva do próprio interesse como objetivo prioritário. Isso não é errado. Repito, isso não é errado, mas se torna perigoso quando esse sentido de interesse é deturpado pelo pensamento egoísta de que o outro “não merece o que tem ou o que pode ter”. Reflita e siga adiante. 

Com essa dúvida do que pode acontecer com cada indivíduo, pois passaremos um período imensurável observando duas linhas paralelas que, talvez, no futuro convirjam ou divirjam de forma definitiva, é que os sinais ainda apontam a tendência de pensarmos em sobrevivência. O caminho, ou um caminho, para sobrevivência é a imersão nos seus próprios números e extrair o máximo possível de alternativas de animar ou reanimar seu negócio, combinando aquilo que o ciclo de correção pode propiciar com a sua própria evolução no interesse sobre todos os interesses, o seu e também o dos outros. 

Uma das mais claras manifestações da ansiedade em saber o que pode acontecer agora é a fabricação de complexas análises em cenários que não tem a menor chance de acontecer. Eu não faço isso. Escolher os cenários macros são opções de cada um desde que não se afastem muito da linha central que os modelos apontam como convergentes. Mas é preciso entender que o potencial de crescimento nesse período que se aproxima é maior do que nos últimos 36 meses. E crescer não é apenas vender mais, é mudar de parâmetro quando avaliado a si próprio. 

Sorte, sucesso e conte comigo para crescer!