O meu primeiro encontro com a definição que mudaria significativamente os rumos na formação da minha carreira foi com um colega de trabalho numa multinacional americana em 1987. Esse colega me ‘obrigava’ a sempre pensar antes de iniciar a execução das tarefas, pois questionava sistematicamente tudo que eu fazia. Para cada resultado que eu apresentava ele oferecia um contraponto ou divergência me impelindo sempre a melhorar meus argumentos para justificar minhas escolhas. Foi preciso ler e estudar muito para adquirir conceitos e ampliar meus conhecimentos e técnicas para aplicar no meu trabalho, mas não apenas sobre isso. Ler e estudar o que gostamos ou temos afinidade é fácil, simples. Mas o conhecimento verdadeiro vem com a multiplicidade de interesses onde criamos bases sólidas de educação, instrução e cultura que formam, em conjunto com o estudo técnico, o capital intelectual.
O livro “A Gestão Estratégica do Capital Intelectual, Ed. Qualytmark - 1998, David Klein” foi o que consolidou a ideia de que conhecimento e inteligência são coisas semelhantes, mas não iguais. Com essa inspiração percebi que qualquer possibilidade de avançar em capacitação necessita estar ligada a um desafio. Explico. Se eu recebo capacitação técnica sem que essa tenha aplicação imediata eu estou desperdiçando tempo e dinheiro, pois crio conhecimento e desperdiço a inteligência. Sei que parece confuso. Avanço na explicação. Inteligência é a capacidade de adquirir conhecimento, pois de pouco vale ler ou estudar se a sua manifestação de saber não se faz presente no dia a dia.
É claro que não atrapalha. Com absoluta certeza a vida é muito, muito melhor com a leitura e o estudo, então é preferível ler e estudar do que não o fazer.
Avancemos, agora, em busca do combate a escassez de inteligência ou na aplicação do conhecimento ao dia a dia da gestão de um negócio ou carreira. Isso acontece com uma ação e com a repetição sistemática dessa ação até que se torne automático. A ação que proponho é usar alguns instantes que antecedem cada tarefa a executar e analisar se está aplicando a melhor técnica de execução. Nas primeiras vezes isso vai ser difícil. Parece perda de tempo e até uma bobagem. Mas é assim mesmo, pois a única forma de combater a escassez de inteligência é com o intensivo uso e abuso do capital intelectual acumulado.
Pequenos deslizes são esperados, são normais. Fazem parte do aprendizado e da aplicação de conhecimento. Com o transcorrer do tempo as ações de análise passam a ocorrer de forma natural e o que surge é a vontade de absorver mais conteúdo, ler e estudar mais e mais. E, dessa forma, simples assim, a inteligência passa a ser consumida no cotidiano. As suas ações inteligentes começam a expandir e dinamitar os pontos de escassez de inteligência até o momento em que será eliminado do seu dia a dia, na gestão do seu empreendimento ou na sua carreira, o contato com a parte emburrecida do mundo a sua volta.
Um alerta: tenha cuidado, pois esse é um caminho sem volta!
Sorte, sucesso e conte comigo para fazer as boas escolhas!